Tereré: Patrimônio cultural de Mato Grosso do Sul

GONÇALVES, Carlos Barros. Tereré: Patrimônio cultural de Mato Grosso do Sul. 1a ed. Cacoal: Karywa, 2023. 96p. ISBN ebook: 978-65-86795-20-2, ISBN impresso: 978-65-86795-19-6. Entre em contato com o autor ou faça o Download!
Palavras-chave: 1. Erva mate; 2. Tradição cultural; 3. Identidade; 4. Patrimônio; 5. Mato
Grosso do Sul.

Este livro aborda a história do consumo e usos culturais do tereré no Mato Grosso do Sul (MS) e regiões vizinhas. O tereré e a erva-mate (ilex paraguariensis) foram e são temas recorrentes na história, música, contos, poesia, lendas ou pinturas no Mato Grosso do Sul. Dão nomes a estabelecimentos comerciais, marcas de produtos diversos, festas, comemorações, revistas, jornais ou boletins. A bebida é preparada com a erva-mate para tereré, mais grossa do que a erva para o chimarrão, uma guampa, geralmente feita com o chifre de gado, mas que já foi substituída por copos de madeira, vidro, alumínio ou plástico, uma bomba, utilizada para sorver o líquido e água fria ou gelada. É extremamente apreciada no dia-a-dia dos sul-mato-grossenses. Está presente nos locais de trabalho, nas escolas, universidades, nas praças, nas ruas e na quase totalidade das casas.

O tereré é servido neste livro como um dos modos pelo qual uma possível identidade sul-mato-grossense ganha materialidade, solidez; e o reconhecimento da bebida como um patrimônio cultural do estado reforçou e institucionalizou essa possibilidade, esse poder. É por essa razão que o livro relaciona o patrimônio cultural e a história, na tentativa de apontar a presença da bebida como parte da história e do viver dos moradores de MS. Dessa forma, além de comentar as ações para o registro do tereré como bem imaterial do estado apresento como a bebida é entendida e consumida no cotidiano da diversificada população sul-mato-grossense.

O livro está estruturado em 3 capítulos. O primeiro, conta um pouco sobre as antigas origens para o que hoje é chamado de tereré; o segundo, trata sobre a história da erva-mate e sua importância histórica para o estado de MS; o terceiro, apresenta como se deu o processo de registro da bebida como um patrimônio estadual e, sobretudo, como o tereré se constitui num importante elemento diferenciador, marcador de uma identidade, um jeito de ser sul-mato-grossense. É fruto de uma pesquisa que teve início em 2011, apresentada como monografia a um curso de especialização em patrimônio cultural. O investimento nessa temática de pesquisa teve origem no círculo familiar do autor, pois, tal como muitos sul-mato-grossenses, é filho de pai paraguaio e mãe brasileira. O tereré, a chipa, a sopa paraguaia, a polca, o chamamé, o locro, o bori-bori, a língua Guarani, a torcida pela seleção paraguaia de futebol, foram elementos presentes na infância, nas amizades, na formação intelectual do escritor. O livro também resulta, portanto, das afetividades vivenciadas no passado e vividas no presente.

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